quinta-feira, 29 de julho de 2010

ALÉM DAS GRADES OS ROCKEIROS (INCOMPLETO)

Sou Ellen. Tenho vinte, mas cara de quinze. Cabelos compridos e castanhos, mas pintados de preto. Maquiagem gótica ao redor dos olhos castanhos como mel. Piercing prateado em formato de argola no lábio inferior, colocado verticalmente, óbvio. Ressalta-se a cor do prateado pelo batom vermelho vivo que resolvi colocar. Camiseta preta e com estampa de rock. Calça jeans rasgada e mal acabada. All-star no mesmo estado da calça. Gosto de brigar e tenho vários hematomas. Mochila grande sustentada pelo ombro, cheia de livros, coisas de que sempre gostei muito mais do que garotos com som automotivo. Não sou lésbica. Metal no mp3. Temporadas de desenhos japoneses cheios de suspense e ficção baixados da internet e gravados no HD de meu computador. Espírita. Nerd sedentária, porém rebelde. Uma vontade imensa de me provar para os infelizes da minha faculdade, que observo aqui de grande distância de um bar, mas o que eu gosto, poucos gostam.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A ÚLTIMA PROSA (INCOMPLETO)

Todo esse diálogo será para começar a falar sobre o fim do mundo.
O mundo vai acabar e os pecadores vão correr para a aba da saia de suas mães. Se for árabe, vai correr para debaixo do abá de seus pais, porque as mulheres lá não são tão valorizadas assim. Só servem para algo simples, como plantar abacateiro e descascar abacaxi. Existe algo abacial, algo que os abades e abadessas deveriam fazer nas abadias além de se isolar. Ábacos. E se utilizar deles como se fossem homens abaetês, abafados por seu sotaque abaianado. Abaixo de um abaixo-assinado que esta abaixo de um velho abajur existe um papel que narra uma história de abalar qualquer um abalizado, sobre uma abalada abalizada, que se abalroa no simples abanar. Alguém, sentindo atraído por isso, abanca-se, abandonado, abarcando um abano abarrotado e abastado, depois e logo, acaba se tornando meio abastardado abastecido ao ver coisas negativas como abatedouros. Depois desiste e, abatido, tem um pensamento de formato abaulado. Às vezes é mais fácil sofrer abdução por outro mundo do que abdicar de estudo, nem que seja o estudo de algo simples como o abecedário.
Continua abelhudo, porém abençoado, mesmo parecendo-se com uma aberração, aberto a abespinhar-se até mesmo com uma casta diferente de uma planta distinta, um abeto, por exemplo. Os barcos podem abicar, mas também abiscoitar qualquer um com suas viagens, deixando os desavisados abismados. Mas no abismo da loucura abissal, encontra-se a abjeção. O abjeto faz o próprio abjurar, abluindo a abnegação. Lembra-me isso tudo de uma forma mais metafórica uma abóbada, prestes a ser abocanhada como uma abóbora, simples abolição, que não é abominável. Certo abono, abordar alguma aborígine, cheio de aborrecimento em decorrência de um aborto, der de presente a ela uma abotoadura, ou talvez uma abraçadeira. Um abraço também pode abrandar ou até mesmo abranger, mesmo que em situação de abrasão, mas isso tudo pode ser abrasivo. Fantástica mesmo foi à abreugrafia, que é uma abreviatura de um abrigo, no abril da vida, motivo para se abrilhantar, abrogar ou tornar abrupto o abscesso de uma abscissa. Na abside, bebiam certa dose de absinto e sonhavam com absolutismo, mas nada muito absoluto. Nisso absolveram alguém absorto, com a mente absorvente, prestes a absorver algo.
Vejo um abstêmio, mas se abster, pensa ele, é o melhor remédio para uma abstinência pensada, para a prevenção de uma possível abstração. De um abstrato ocorre um absurdo, de certa abundância abusada, abusivos abutres de a.C.. Acaba-se por acabrunhar uma acácia, de jeito acaciano. Seria como plantar um açacu numa academia.
Acadêmicos tomam açafrão com açaí de uma forma acaipirada, cabelos cor acaju para acalentar e acalmar um acampamento. Não ficam acanhados ao acantoar uma ação acapoeirada. Logo em seguida, uma acareação de um acarajé e deve-se acariciar para evitar-se um ácaro. Acarreta um acasalamento ao acaso, talvez por um oficial acastanhado e acatado, acautelado por ascendência. Para enfrenta-lo só alguém com acefalia. Pode-se aceitar também alguma aceleração.
Acender um aceno, acentuação acentuada tem certa acepção, mesmo que acerada. Um acerbo acerca de acertar um acervo aceso, acessíveis acessórios que emendam um acetábulo. Pode liberar acetato, ou, acetileno acetinado. Acetona? Acha para ter achádego. É preciso achanar. Libertar-se de achaque. Achatar alguém achavascado. Achegar-se num acicate acidental, provocando acidez logo acima, através de acinte. Acionado um acionista acirrado, aclamar – ou até mesmo aclimar – um aclive de aço. Acobertar acocorando-se. Açoda-se! Acogula-se! Um açoite acolá acolchoa de forma acolhedora, e também se acolhe. Acolhimento pode acometer definido acomodo, com acompanhamento aconchegante do acondicionamento a aconselhar, se acontecer tal acontecimento, um acórdão condenará certo acorde de acoreão, porque para acorrentar é preciso primeiro acossar, acostumar com o acotovelamento de algum açougueiro acre.
Acredita-se que acrescentar pode ter acréscimo acrescido, mesmo com acrimônia acrobacia de um acrofóbico, que numa acrópole faz um acróstico. Parece actínia, por isso dá vontade de acuar. Com açúcar enxerga-se um açude, acudir com acuidade de um acúleo uma aculturação acumulada, resultado de uma acupuntura acurada. Acusação acústica da adaga de um adágio, adaptações na adega adejam ademais no adendo. Adensa adentrar adepto adequado, um adereço aderente, a fim de adernar numa adesão adestrada. Por último um adeus adiantado, e não adiado, pois adiante uma adição de um adido adiposo, aditivo por adivinhação adjacente e cheio de adjetivos.

Súperos e a Chave Elemental - Capítulo Um

PRIMEIRO CAPÍTULO DE MEU LIVRO:





Capítulo Um
O Garoto Especial

Carlos e Martha eram duas pessoas jovens recém-casadas normais, que se orgulhavam da forma como viviam, mesmo que fossem discriminadas pela sociedade. Sabiam que seria difícil manter as despesas da casa, pois nos tempos atuais é difícil se conseguir emprego sendo negros e inexperientes, já que a sociedade de hoje é exigente e preconceituosa. Entretanto não se importavam, pois cidadãos trabalhadores e honestos, não importa o que acontecesse, não modificariam seu modo de viver para agradar os outros.
Carlos, um fotógrafo recém-formado, tinha o sonho de que seus filhos seguissem seus passos, mesmo que fossem filhos adotivos, já que Martha não poderia conceber filhos. Martha era fisioterapeuta e trabalhava em centros de reabilitação de deficientes físicos ajudando-os a desenvolver seus músculos através da hidroginástica.
Quando eles acordaram naquela segunda-feira entediante, se prepararam para ir a mais um dia de trabalho, tomando café, enquanto assistiam ao noticiário da manhã. Ainda dava tempo de ouvir as últimas palavras do apresentador:
- E por último, ontem, por volta das dez da noite, mais um resgate foi bem sucedido graças à presença do grupo que se auto-intitula “Legião do Bem”, e a comunidade agradece mais uma vez aos garotos que se fantasiam para combater o crime. Mesmo sendo perseguidos pela polícia conseguiram deter cinco bandidos que estavam mantendo um garoto de onze anos em cativeiro. Um bom dia a todos.
Carlos e Martha sabiam que os supostos “super-heróis” eram muito comuns na cidade, e ficavam sempre muito impressionados quando o avança da legião heroína ajudava na diminuição da criminalidade. Carlos não pôde deixar de fazer um comentário enquanto bebia seu café naquela manhã ensolarada:
- Parece que o trabalho da polícia está sendo substituído por esses garotos, já que a polícia não faz nada em São Paulo hoje em dia, a não ser, talvez, persegui-los, não é mesmo?
- Sim, mesmo sendo perseguidos e discriminados, eles ainda acha tempo para combater o crime. Talvez eu contrate alguns deles para ser nosso guarda-costas...
Martha disse isso num tom meio irônico, já que o bairro em que tinham sua humilde casa já não era tão seguro quanto antes.
Ao caminhar até o ponto de ônibus, Carlos notou que havia algo de estranho, uma sensação que nunca tina sentido antes, como se alguém estivesse observando-o naquele momento. Imaginou que fosse algum ladrão ou algo parecido, pois aqueles tipos eram comuns na rua em que passava. Olhou para os quatro lados na encruzilhada onde estava passando, mas não notou nada de errado.
Seguiu seu dia de trabalho imaginando que algo de fantástico ou inacreditável aconteceria em sua vida, já que sua rotina já o estava deixando preocupado. Às doze, em ponto, saiu para almoçar e, enquanto atravessava a rua que dividia o prédio do jornal em que trabalhava, sentiu aquela estranha sensação que sentira quando estava caminho do trabalho, naquela manhã,só que, mais uma vez, não percebeu nada de anormal quando arqueou sua sobrancelha direita e observou o lugar a sua volta.
Passou o dia trabalhando incessantemente nos arquivos de fotos – departamento em que também trabalhava – e saiu do trabalho já de noite, como de costume, quando sua esposa já estava em casa. No chão, avistou um jornal que trazia a notícia de que fora descoberto e destruído um laboratório onde se estava fazendo experiência ilegais, mas não se surpreendeu quando entrou em casa e observou sua mulher tentando “expulsar” um vendedor de desinfetantes coloridos. Ele conseguiu afastá-lo de sua casa, mas, cinco segundos depois de fechar a porta na cara do vendedor, a campainha tocou novamente. Abriu a porta com ferocidade e pronunciou palavras raivosas numa meia-frase:
- Escuta, não queremos sua mercad... hã?
Não havia pessoa nenhuma lá. Carlos olhou para os dois lados, mas não viu nada. Iria fechar a porta quando um som chamou sua atenção, um som de choro de criança recém-nascida. Abaixou os olhos e notou que havia um cesto com alguma coisa embrulhada em um cobertor pequeno e cinza desbotado. Pegou o cesto e o trouxe para dentro de casa, enquanto Martha desembrulhava o conteúdo frágil. Observaram um bebê pequeno e sensível, com o cabelo bagunçado e um pouco de dificuldade para chorar.
- Carlos, é um bebê! Abandonaram o coitadinho na nossa porta. O que vamos fazer?
- Não sei. Não podemos abandoná-lo em um orfanato...
- Podemos ser os pais dele! Acho que com um pouco de esforço conseguiremos criá-lo. O que você acha?
Carlos pensava. Era uma boa oportunidade de ser pai, já que eles queriam mesmo ser pais de alguém de que gostassem tanto. Horas depois, Martha já estava dando a primeira mamadeira ao mais novo morado da casa.
- Se vamos ficar com ele, como é que vamos chamá-lo? – questionou Martha, enquanto observava o garoto misterioso.
- Carlos. Tenho o nome do meu bisavô, ele terá meu nome – respondeu imediatamente o mais novo pai.
Alguns anos se passaram desde que Carlos fora encontrado na porta da casa de seus pais. Com dez anos, ele poderia ser como um garoto normal de sua idade, até o dia em que estranhos acontecimentos mudaram a sua vida. Seus pais eram chamados quase todos os dias na escola por diversas brigas, já que Carlos não conseguia se controlar quando o criticavam, só por que era exageradamente magro, alto e com os dentes tortos. O grande problema é que ele não conseguia explicar como ele conseguira quebrar o braço de um de seus colegas com apenas um soco.
O tempo avança e, quatro anos depois, Carlos já consegue controlar seu dom completamente após anos de adaptações e exercícios no seu dia-a-dia, aprende que a monotonia é algo simplesmente normal em sua vida, casa-escola e escola-casa. O que ele não sabia é que um acontecimento que mudaria toda a sua vida estava para ocorrer quando chegou em casa depois de mais uma “bateria” de provas finais e se deparou com uma visita inesperada. Seus pais estavam felizes em conversar com aquele estranho, vestido de modo mais estranho ainda, mas ele gostaria de saber o que aquele estranho estava fazendo ali em pleno horário de almoço naquele dia quente.